segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Caminhos perdidos de desencontros achados
Encruzilham mentes e corpos
Lançando-os em becos mal frequentados,
Enquanto outros desistem
Sentados nas bermas das estradas
Há espera de serem encontrados.

São caminhos que tomamos
De olhos cegos e alma perdida
Fazendo percursos tenebrosos
Arrastando os pés sobre a terra árida.
De cabeça baixa escondendo os olhos,
Pendente sobre o corpo ferido
Já massacrado em outras lutas,
São traços de um caminhante exausto
Perdido há muito nas suas agruras.

Esperando serem encontrados
Se prostram de joelhos arrastados
À passagem de qualquer transeunte
Que lhe acene de sorriso rasgado.
Acreditam ter encontrado o seu salvador
Embarcando na sua demandada
Mas quando este segue seu próprio caminho
Caem novamente desistindo
De qualquer percurso ou caminhada.

Os que arriscam passagens pouco amistosas
Ferem os pés na sua passagem
Mas os anjos os erguem para que descansem
E curem as feridas mal curadas
Para deixa-los seguir novamente mal estejam saradas.
Voltam a arrastar-se no pó e no mato
Rasgando o corpo na passagem
Logo correm os anjos para socorre-los e consola-los.

Quais são os caminhantes mais audazes?
Os que vivem de verdade?
Os que se prostram mendigando a salvação da alma,
Ou os que se arrastam sem medo de ferir
Quer o corpo quer o coração, pois estes podem sarar?

Caminhar na vida deixa cicatrizes
E também feridas por curar
Se a vida é uma dádiva,
Vamos encolher-nos e esperar que passe?
Se temos a vida é para a viver
Seja deitada em almofadas de penas
Ou arrastando os pés sobre lâminas afiadas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário